Um planejamento financeiro pessoal é essencial na vida de qualquer pessoa, servindo como um direcionamento e indicando o melhor caminho a ser trilhado.
Ele é essencial para que você atinja seus objetivos financeiros, sejam eles de aquisições (imóvel próprio, carro, abrir um negócio), gastos (viagens, confortos, filhos) ou, principalmente, sua independência financeira.
Nesse artigo, você aprenderá não apenas a importância de se organizar financeiramente e investir (e seu custo de oportunidade por não estar investindo), mas também como organizar o seu planejamento financeiro pessoal.
Se você está começando agora a investir e, talvez, não tenha um aporte muito grande, atingir um patrimônio robusto pode parecer algo muito distante de ser alcançado. Mas e se eu te disser que com disciplina e paciência, você consegue, sim, formar um patrimônio suficiente para te proporcionar uma renda passiva satisfatória no futuro, mesmo com um aporte “pequeno”?
O poder dos juros compostos
Os juros compostos são uma das forças mais poderosas desse mundo. É atribuída a Albert Einstein, famoso físico alemão, a frase “os juros compostos são a oitava maravilha do mundo. Quem entende, ganha; quem não entende, paga”.
Aqueles que entendem verdadeiramente o poder dos juros compostos, tendem a colocá-lo a seu favor, fazendo seu dinheiro trabalhar para si; enquanto aqueles que desconhecem ou ignoram esse fenômeno, acabam terceirizando ao governo a responsabilidade da sua aposentadoria, ou pior, colocam a força dos juros compostos atuando contra si mesmo, ao contrair dívidas caras e pouco inteligentes para alavancar seus gastos.
Para exemplificar como você pode formar um patrimônio robusto mesmo começando com pouco, veja essa simulação de juros compostos:
Mesmo começando com R$ 0, mas investindo religiosamente R$ 1.000 todos os meses, a um juro real (acima da inflação) de 6% ao ano (uma rentabilidade razoável) por 35 anos, você teria acumulado ao final desse período um patrimônio de R$ 1.373.603,97 (a valor presente), tendo aportado apenas R$ 420.000 desse valor. Incrível, não?
Dadas as condições atuais de mercado, esse patrimônio poderia te proporcionar, de forma conservadora, uma renda passiva mensal de cerca de R$ 6.000.
O passo a passo do seu planejamento financeiro pessoal
Agora que você viu que é possível formar um patrimônio milionário mesmo começando com pouco e que é mais uma questão de disciplina de religiosamente fazer os seus aportes e ter paciência para esperar os juros compostos trabalharem, chegou a hora de te explicar como dar os primeiros passos e iniciar seu planejamento financeiro
1° passo: Avaliação da sua situação pessoal
Nessa etapa você mapeará informações básicas pessoais sobre sua situação atual, como: idade, disposição financeira - como renda e custos mensais, trabalho (segurança de renda, regime, perspectiva), família e dependentes. Ter isso claro ajudará no enquadramento de perfil.
2° passo: Monte a sua reserva de emergência
A reserva de emergência é o dinheiro ao qual você poderá recorrer no caso de alguma situação de necessidade financeira, seja por algum gasto inesperado ou porque não teve a renda projetada naquele mês, precisando complementá-la com outros recursos.
Uma boa margem de segurança é ter seis meses do seu custo de vida mensal dos gastos fixos em alguma aplicação que ofereça liquidez, ou seja, rápido acesso ao dinheiro, além da segurança do investimento (onde o risco de desvalorização é muito pequeno).
Algumas boas opções para esse propósito são:
- CDB de liquidez diária ou fundo de liquidez do seu banco (preferencialmente, de um banco grande);
- Tesouro Selic;
- Conta corrente de um banco saudável que ofereça rendimento;
- Poupança - sim! A poupança pode ser uma boa alternativa para a reserva de emergência.
Tenha pelo menos três meses dos seus custos mensais em reserva antes de pensar em investir em outras classes de ativo.
3° passo: Tenha seus objetivos mapeados
Quanto antes você tiver definido seus objetivos em relação ao dinheiro, mais fácil será se planejar para atingir esse objetivo com tranquilidade através do planejamento financeiro pessoal.
Tendo em mente os prazos dos seus objetivos, você pode calcular quanto precisa poupar mensalmente para alcançá-los ou, ainda, chegar a uma previsão de quando eles conseguirão ser atingidos.
Quanto mais tempo você tiver, melhor. Assim, poderá se planejar para cumprir aquela meta com calma e avaliar opções de financiamentos, consórcios, seguros, entradas, hipotecas, programas de governo, etc.
Seus objetivos financeiros naturalmente vão variar conforme o tempo for passando, e não tem problema. Você não precisa dar nome ao dinheiro.
Para metas de curto prazo, você pode deixar seu dinheiro guardado no mesmo lugar onde destina sua reserva de emergência, mas surgindo uma boa oportunidade de dar entrada em um carro, em um imóvel ou para fazer uma viagem, por exemplo, caso não tenha liquidez suficiente para isso em seus investimentos de curto prazo, apesar de não ser o ideal, pode fazer sentido resgatar parte da sua carteira de ações.
4° passo: Entenda qual é o seu perfil de investidor(a)
O seu perfil representa o quanto de risco você é capaz de assumir e qual a sua disposição ao mesmo, servindo como um direcionamento para sua exposição dentro de cada classe de ativo.
Os 3 perfis de investidores mais comuns são: conservador, moderado e arrojado.
Mesmo que uma pessoa se enquadre em um perfil, podem existir particularidades em sua carteira, a depender de suas metas e necessidades.
Exemplo: Um investidor com perfil arrojado está se planejando para dar entrada em um carro dentro de 6 meses e vai precisar resgatar parte do seu dinheiro. Para esse objetivo, faz sentido concentrar uma parcela maior da carteira em liquidez, o que, dependendo do valor a ser resgatado, pode resultar que a carteira dele fique 50% em sua reserva, pois mesmo após o resgate, ele deveria manter, pelo menos, 6 meses do seu custo mensal em sua reserva de liquidez para não ficar descoberto.
Por mais testes de perfil que você venha a fazer, apenas com o tempo e a experiência é que você realmente chegará ao seu perfil de investidor e tolerância ao risco. Todo mundo é arrojado quando o mercado está em alta.
5° passo: Controle sua exposição (alocação tática e estratégica)
Agora que já constituiu sua reserva de emergência e mapeou suas metas, o objetivo da sua carteira pode ser aproveitar as oportunidades de investimento, se expondo a boas relações de risco/retorno e evitando riscos desnecessários, dado o momento ciclo do econômico, respeitando sempre seu perfil de risco.
Você controlará sua distribuição, reduzindo e aumentando os percentuais dentro de cada classe, dada a expectativa para cada investimento.
Um exemplo de controle de exposição:
Em momentos de afrouxamento monetário, quando os juros estão muito baixos e os valuations das empresas estão esticados, ocorre uma onda de IPOs (Ofertas Públicas Iniciais), as bolsas de valores atingem máximas históricas semana após semana e há uma ameaça de inflação, torna-se arriscado manter uma alta exposição em ativos de risco.
Por outro lado, em períodos de juros altos, com o mercado pessimista e os preços dos ativos descontados, enquanto a economia apresenta dados estáveis, o mercado geralmente se torna mais atrativo. É nesse momento que aumentar a exposição em ativos de risco pode ser considerado oportuno.
Observação importante: esse é um exemplo generalista; importante sempre analisar o contexto de cada mercado e cada ativo em específico.
Sua tarefa aqui é um pouco mais complicada, pois exige um certo conhecimento sobre ciclos econômicos e análise de ativos financeiros. Mas mesmo que você não tenha esse conhecimento, ter uma carteira bem diversificada, como a citada no gráfico 2, para o longo prazo, também vai te oferecer um bom potencial de retorno ao longo do tempo.
6° passo: Atente-se para outras áreas do seu planejamento
Existem outras áreas que fazem parte de um planejamento financeiro pessoal, cuja atenção depende da situação específica de cada um, como:
- Seguros: Dependendo da sua segurança no trabalho, da sua família, sua rotina e histórico familiar, pode ser imprescindível a contratação de um seguro que lhe proteja financeiramente contra acidentes, invalidez, doenças e morte.
- Planejamento tributário: avaliar meios de aumentar suas deduções e a eficiência tributária dos seus investimentos.
- Planejamento sucessório: facilitar e reduzir os custos da passagem patrimonial para seus herdeiros em caso de seu falecimento.
Conclusão
Com esse passo a passo, você estará preparado para dar início ao seu planejamento financeiro.
Pense bem em quem você prefere que seja o responsável por determinar quando, como e com quanto você irá se aposentar: se o Governo ou si próprio. Assuma responsabilidade pela sua vida financeira!
Se tiver interesse em conversar sem qualquer compromisso sobre sua situação, seu planejamento financeiro e as possibilidades de janelas de investimento dentro do ciclo econômico, preencha esse formulário e um dos nossos planejadores entrará em contato com você o mais breve possível.