A inflação é um assunto muito frequente em países em desenvolvimento e, em especial, no Brasil. Durante os quase 200 anos de independência do país, já passamos por 9 trocas de moedas e o motivo dessas trocas sempre foi o mesmo: controle de inflação.
Fique nesse artigo se você quiser saber:
- O que é a inflação;
- Como a inflação influenciou no Brasil nos últimos anos;
- Como se proteger da inflação;
- 4 tipos de investimentos para se proteger;
O que é a inflação?
A inflação é um fenômeno monetário, no qual, em razão de um aumento da emissão de moeda, esse dinheiro se desvaloriza em relação aos demais bens da economia. Quando a quantidade de dinheiro aumenta em um ritmo superior ao da produção de novos bens, os preços sobem. Ou seja, o fenômeno de aumento de preço é apenas uma consequência do maior volume de moeda na economia.
O gráfico abaixo demonstra a desvalorização da nota de R$100 e a inflação de cada ano, entre 1994 (início do Plano Real) e 2014, vinte anos após a implementação do Plano.
Atualmente, uma nota de 100 reais possui um poder de compra equivalente a 15 reais, em 1994. Isso mostra como a perda do poder de compra é uma realidade enfrentada no Brasil.
Como se Proteger da Inflação?
Felizmente, há algumas formas de nos blindarmos contra a inflação e protegermos nosso patrimônio, de forma a garantir uma rentabilidade real dos nossos investimentos (lembrando que a rentabilidade real é aquele retorno acima da inflação. Ou seja, se em determinado período, a inflação foi de 5%, enquanto sua performance foi de 10%, sua rentabilidade real foi de 5%).
Inclusive, se você gostaria de saber como construir uma carteira de investimentos que te proteja da inflação e proporcione uma rentabilidade real, conheça o nosso serviço de consultoria de investimentos personalizada e perfeitamente acessível.
Separamos quatro exemplos de formas de como você pode proteger o seu patrimônio da emissão de novas moedas, protegendo seu poder de compra:
1 - Investimento em reservas de valor
Enquanto moedas fiduciárias, como o real e o dólar, são moedas politicamente manipuláveis e não possuem limite de emissão (oferta infinita), ativos cuja oferta é finita tendem a se valorizar em relação a essas moedas.
Isso porque, a escassez natural desses produtos torna-os deflacionários em relação às principais moedas correntes do mundo.
O ouro, a prata e o Bitcoin, por exemplo, possuem ofertas limitadas, respectivamente, pela natureza e pela matemática/programação. Esses ativos possuem características semelhantes (escassez, imutabilidade, dificilmente falseável) e são vistos por muitos investidores como reservas de valor.
Um dos ativos mais resilientes há milhares de anos é o ouro; um ativo escasso para proteção patrimonial e potencial valorização em eventos de crise.
Participamos de uma entrevista no Jornal do Comércio de Pernambuco onde foi abordado sobre a valorização do ouro nos últimos anos e o despertar do interesse por esse tipo de investimento, clique aqui para conferir a matéria.
Quer saber mais sobre o investimento em ouro?
2 - Compra de títulos indexados à inflação
Uma outra forma de proteger o seu patrimônio da inflação é através de títulos indexados à inflação.
Títulos indexados à inflação são títulos híbridos, que remuneram ao seu proprietário uma taxa prefixada, acrescida da performance de um índice de inflação (geralmente, o IPCA). Se você segurar o seu título até o seu vencimento, ele te pagará exatamente o mesmo valor prometido no dia da contratação do título.
Em outras palavras, o seu título indexado à inflação, te pagará a inflação da sua moeda mais um ganho real.
Mas, ATENÇÃO! Os títulos públicos indexados à inflação (Tesouro IPCA+) sofrem o efeito da marcação a mercado. Ou seja, caso você venda esse título antes do prazo de vencimento, o seu retorno não será equivalente ao prometido no vencimento.
Temos um vídeo explicando o que é a marcação à mercado. Se você quiser entender melhor esse fenômeno, clique aqui.
3 - Investimentos em moeda estrangeira
Historicamente, países desenvolvidos, por possuírem uma economia mais bem estabelecida, também costumam possuir moedas com maior estabilidade devido, tanto ao seu uso, como à maior responsabilidade fiscal por parte dos governos.
Dessa forma, moedas como a libra esterlina, o franco suíço e o próprio dólar historicamente se apresentaram como reservas de valor em relação ao real.
No entanto, considerando que essas moedas também se tratam de ativos politicamente manipuláveis e de oferta ilimitada, costuma ser mais rentável investir em ativos lastreados em negócios e dívidas, que tendem a te proteger tanto da tendência de desvalorização do real como da moeda no qual são negociados.
Por isso, a exposição a investimentos em moeda estrangeira pode ser uma boa opção de proteção. Ações de empresas estrangeiras (stocks), fundos negociados em bolsa (ETFs) e títulos de dívida de governos ou companhias estrangeiras (bonds) são algumas opções de investimento no exterior.
Atualmente, no Brasil, há diversas formas de investir no exterior, seja via corretoras internacionais, quanto por recibos de ações (BDRs).
Quer saber como funciona investimentos através de BDRs? Fizemos esse vídeo abaixo explicando sobre o assunto.
4 - Imóveis
Imóveis são um dos investimentos mais populares entre os brasileiros O trauma inflacionário que persegue o país há muitas décadas fez dos imóveis um porto seguro como forma de proteger o valor do patrimônio.
E não é por menos, uma vez que imóveis se tratam de um ativo real e costumam reajustar seus preços no nível ou acima da inflação.
Porém, há algumas dificuldades ao se investir em imóveis de forma tradicional: o primeiro é que é um investimento caro e, muitas vezes, as pessoas fazem esse tipo de investimento através de um endividamento.
Escrevemos um artigo falando sobre os mitos do investimento na casa própria, clique aqui para ler.
Além disso, investir em imóvel muitas vezes se torna mais um negócio que um investimento, pois, ao possuir um imóvel, você passa a arcar com custos fixos como impostos e taxas, o que cria a necessidade de manter esse imóvel alugado para um terceiro. Você então, precisa se preocupar em encontrar um locatário que não te causará problemas, que irá pagar o aluguel nos prazos combinados e não danificará o imóvel.
Você pode evitar esse tipo de dor de cabeça, por meio de outra opção de investimento em imóveis: Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). Ao investir em FIIs, você está comprando participações em imóveis de altíssima qualidade, como prédios comerciais, shoppings e galpões logísticos, e receberá proventos mensais do resultado operacional desses fundos.
Considere que o valor do aluguel médio de um imóvel residencial não costuma passar de 0,5% mensal sobre o valor do imóvel. Você consegue uma rentabilidade semelhante ou igual apenas tendo o trabalho de abrir seu home broker e digitar o código de um FII, estando muito mais diversificado e sem ter a dor de cabeça de pagar taxas, impostos e lidar com inquilinos.
Conclusão
É muito importante que a inflação seja sempre levada em consideração quando você estiver tratando dos seus investimentos, fazendo com que você separe um espaço na sua carteira de investimentos apenas para essa finalidade.
Você já considerou investir em FII? E nos outros ativos citados no texto?
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