É muito comum que pessoas que estejam iniciando os seus investimentos tenham dificuldades na hora de montar sua carteira de investimentos.
Uma carteira de investimentos é um conjunto de ativos que visa diversificar o seu patrimônio, protegendo-o e aumentando seu potencial de retorno financeiro.
A carteira de investimentos ideal deve possuir investimentos de curto, médio e longo prazo, para que você sempre tenha um equilíbrio entre liquidez (dinheiro disponível) e rentabilidade.
Este artigo tem como objetivo auxiliar você no processo de criação da sua carteira da investimentos.
Nele você aprenderá:
- Como definir os seus objetivos
- Que tipos de ativos você deve possuir
- Quais preocupações você deve ter
Primeiro passo: defina as suas metas
Antes de mais nada, você deve ter em mente seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Cada investimento tem sua finalidade.
Não existe investimento perfeito. Todo investimento possui vantagens e desvantagens.
Pensa em trocar de carro? Fazer uma viagem no fim do ano? Está pensando em casar ou ter um filho?
Todos esses planos irão exigir de você um dinheiro a mais. São despesas não recorrentes nos seus gastos mensais. Como se preparar para isso?
Proteção e planos de curto prazo
A principal função dos investimentos de curto prazo é como reserva de emergência. A reserva de emergência é um montante que deve cobrir pelo menos 6 meses de seus custos de vida.
Imagine que você mora sozinho(a), paga aluguel e faz uma pós graduação. Para manter seu padrão de vida, você gasta aproximadamente R$3.000 por mês. Dessa forma, você deve possuir R$18.000 aplicados em um investimento de curto prazo.
Esse montante serve para garantir uma estabilidade caso qualquer eventualidade ocorra, como uma demissão ou acidente de trabalho. Dessa forma, você não precisará liquidar seus investimentos de médio e longo prazo, correndo o risco de efetivamente ter um prejuízo.
Além disso, deve-se alocar em investimentos de curto prazo o dinheiro para os planos que serão realizados em menos de um ano. Então, caso você pretenda trocar de carro nos próximos 12 meses, por exemplo, deverá juntar este valor em uma aplicação de curto prazo, em adição à sua reserva de emergência!
Planos de médio prazo
Além de identificar possíveis gastos ou compras para os próximos meses, é importante que você tenha em mente quais gastos você tem previstos para os próximos anos. Em geral, considera-se médio prazo os planos com data de realização entre 1 a 5 anos.
Com esse horizonte de tempo, é possível obter uma maior rentabilidade que nas aplicações de curto prazo. Com o planejamento correto, você será capaz de executar os seus sonhos e planos sem comprometer seu orçamento ou seus investimentos.
Aposentadoria e planos de longo prazo
Quando me perguntam: Quão longo é o longo prazo, costumo responder:
Longo prazo é nunca
Investimentos para longo prazo são aqueles com prazo maior que cinco anos. Idealmente, sem data definida para serem liquidados.
Quem compra o primeiro imóvel, por exemplo, dificilmente está pensando em vendê-lo quando ele se valorizar. O objetivo é ter um patrimônio que possa durar longos e longos anos, e mantê-lo enquanto ele suprir as suas necessidades.
Nesta categoria ficam os investimentos para a aposentadoria, crescimento de patrimônio e recebimento de renda passiva, através de dividendos ou juros periódicos.
Em dúvida de quanto dinheiro você precisa para se aposentar?
Em resumo, planeje seus gastos de curto, médio e longo prazo antes de montar usa carteira de investimentos.
Segundo passo: escolha seus investimentos
O primeiro ponto que você deve ter em mente é:
Rentabilidade e liquidez são inversamente proporcionais
Liquidez é uma característica dos investimentos que indica o quão rápido determinado investimento pode virar dinheiro na sua conta corrente.
Investimentos que podem ser facilmente liquidados costumam oferecer uma rentabilidade mais baixa quando comparados com outros que têm menor liquidez.
Investimentos de curto prazo
Tanto para a sua reserva de emergência, quanto para os seus planos de curto prazo, você deverá priorizar a liquidez em detrimento da rentabilidade.
Situações inesperadas sempre ocorrem de surpresa, e nos pegam desavisados. A última coisa que você quer é precisar do dinheiro em uma emergência e ter que esperar 30 dias para poder sacá-lo.
A poupança, por exemplo, é uma aplicação com uma excelente liquidez. Ao contrário do que é comumente pregado, ela supre muito bem a função de reserva de emergência. Lembre-se sempre do que falamos no começo deste artigo:
Não existe investimento perfeito. Todo investimento possui vantagens e desvantagens.
Investimentos de médio prazo
Para os planos de médio prazo, você pode abrir mão da liquidez para obter rentabilidades ligeiramente maiores.
O grande segredo aqui é alinhar o prazo de seus planos com os prazos de seus investimentos. Como assim?
Digamos que você deseje viajar para a Europa daqui a dois anos. Pelo seus cálculos, você precisará aplicar R$1.000 por mês para atingir esse objetivo.
Uma boa opção é comprar títulos com vencimentos próximos à data da sua viagem.
Nos primeiros 6 meses, você pode comprar CDBs com vencimento para 18 meses. Em seguida, CDBs com vencimento para 12 meses, e assim por diante.
Dessa forma, você está abrindo mão da liquidez de um montante que não irá utilizar. Em contrapartida, caso escolha bons títulos para investir, você terá uma maior rentabilidade.
Investimentos de longo prazo
A maioria das pessoas perde dinheiro no mercado de ações por não seguir este roteiro ao montar sua carteira de investimentos.
Investimentos em renda variável devem estar alinhados com seus planos de longo prazo:
Nunca invista em renda variável um dinheiro com o qual você precisará contar no futuro
Se você pretende utilizar um dinheiro para a compra de um bem, a viagem dos sonhos ou para algum objetivo específico, você deverá buscar por investimentos em renda fixa.
Lembre-se: Renda fixa são ativos atrelados a taxas e que, por isso, garantem que o saldo do investimento seja sempre positivo.
A composição dos investimentos de longo prazo da sua carteira pode ser uma mistura entre ativos de renda fixa e de renda variável.
Para os títulos de renda fixa, o ideal é buscar aqueles com vencimentos mais longos. Caso a ideia seja ter uma renda extra, pode-se avaliar os títulos com juros semestrais. Além disso, os títulos de renda fixa atrelados ao IPCA são os ideais para preservar o seu poder de compra.
Os ativos de renda variável são, sem sombra de dúvidas, os que podem oferecer as maiores possibilidades de retorno no longo prazo. Para investir em ações com segurança, você deve ter a certeza de que está investindo em boas empresas. No longo prazo, as boas empresas sempre recompensam bem os seus investidores.
Outros ativos, como o ouro, servem para preservar o seu poder de compra, e costumam ter uma alta demanda em tempos de crises globais.
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Terceiro passo: cuidados que você deve ter
#1 Escolha a corretora
O primeiro cuidado que você deve ter é na escolha da corretora. Algumas corretoras ainda cobram taxas desnecessárias e que você pode evitá-las, como é o caso das taxas de custódia, ou mensalidade.
Essas taxas eram muito comuns até o ano de 2016, quando grande parte das corretoras optaram por aboli-las. Porém ainda há muitas corretoras que possuem esse valor cobrado por mês. Procure uma corretora que não possua taxa de corretagem.
Outra taxa importante e que grande parte das corretoras já aboliram são as taxas de administração para títulos públicos. Fique atento se na sua corretora essas há a nulidade dessas taxas.
#2 Escolha dos bancos.
Através da corretora, você poderá investir em títulos privados de bancos (CDB, LCI e LCA). Esses investimentos costumam ser cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para valores de até R$ 250.000,00.
Isso significa que, mesmo que o banco entre em falência, você receberá o valor investido com as devidas correções.
Entretanto, não é interessante precisar recorrer ao FGC para ter o seu dinheiro de volta. Então é importante que você escolha um banco responsável.
Há algumas formas de avaliar o banco que você irá investir e as principais são: níveis de inadimplência, lucro líquido do banco e o rating de avaliação.
#3 Escolha das ações
A escolha das ações talvez seja o ponto mais difícil e trabalhoso de toda a montagem da sua carteira de investimentos.
Os principais pontos que você deve ter na hora de escolher uma empresa são: lucro das empresas, possibilidades de crescimento, dívidas de curto e longo prazo e setor de atuação.
A empresa é responsável e honesta com acionistas e clientes? A governança inspira confiança? O setor que ela atua tem espaço para crescimento?
Todas essas questões devem ser avaliadas antes de escolher qual empresa você se tornará acionista.
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#4 Não invista um dinheiro que vá precisar
Jamais e em hipótese alguma invista em ações ou títulos de médio prazo um dinheiro que você possa precisar em um ou dois anos. Um erro de planejamento pode custar caro.
Planeje bem todos os seus gastos antes de começar a investir. Existem investimentos para cada prazo que você deseja. Considere a hipótese de tudo o que planeja dar errado e mesmo assim você consiga assegurar seu patrimônio.
Nenhum rendimento vale um risco muito alto.
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Conclusão
- Entenda qual o seu custo de vida e quanto deve ser sua reserva de liquidez. Este deve ser o seu primeiro investimento.
- Defina suas metas de curto, médio e longo prazo
- Escolha seus tipos de investimentos de acordo com a liquidez adequada para cada plano
- Nunca aplique em investimentos de longo prazo um dinheiro que você pode precisar no futuro
- Na dúvida, busque aconselhamento profissional na montagem de sua carteira
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