Quando eu me formei, eu ganhava um relativamente bom salário, cerca de R$5 mil. Apesar de não ser o salário dos sonhos, eu tinha muitos amigos desempregados, portanto fiquei muito feliz com ele por algum tempo. Porém, um dia, minha então namorada (atualmente esposa) apareceu com o sonho de conhecer os Estados Unidos.
Com o salário que eu tinha, uma viagem aos Estados Unidos parecia irreal. Ainda mais com o dólar próximo aos R$3 (na época, o dólar ainda não tinha aumentado vertiginosamente até chegar próximo aos R$4). Então, eu coloquei uma importante meta na minha cabeça: sim, eu pouparia, afinal poupar é importante, porém eu queria passar a ganhar R$10 mil por mês.
Na época, parecia impossível para mim ganhar R$10 mil por mês. Nenhum dos meus amigos ganhava tanto dinheiro assim. Mas, então, eu comecei a reparar num fato.
A grande maioria dos meus colegas ganhava um salário próximo aos R$5 mil por mês. Eu convivia o tempo inteiro com eles. Agia como eles. Pensava como eles. E, provavelmente, trabalhava como eles. Todas as minhas atitudes eram típicas de uma pessoa que ganhava R$5 mil por mês.
Diante disso, quanto mais eu poderia ganhar? Era natural esperar que todas as minhas promoções simplesmente acompanhassem o ritmo dessa galera. Enquanto meus amigos ganhassem R$5 mil, eu também estaria numa faixa. No decorrer do tempo, eles poderiam ganhar R$7 mil, e eu também ganharia nessa faixa.
Resolvi, então, procurar saber quanto tempo uma pessoa levava para ganhar R$10 mil na minha empresa. E descobri que, de acordo com o plano de carreira dela, tal aumento salarial levaria, no mínimo, 8 anos.
Um absurdo para mim. Quando eu tivesse 8 anos de empresa, eu não queria mais ganhar R$10 mil. Provavelmente já estaria pensando em ter filhos e queria levar os meus filhos à Disney, não somente minha namorada.
E mais: não seriam todos os funcionários daquela empresa que conseguiriam aquela promoção. A empresa em que eu trabalhava era muito burocrática e exigia mestrado e experiência profissional para isso.
Eu percebi, então, que o caminho tradicional de crescer e prosperar naquela empresa era inválido. Eu gostava muito do lugar em que trabalhava, porém, ele não seria mais suficiente para satisfazer minhas ambições de ganhar dinheiro.
A Virada
Nesse momento, eu me dei conta de que eu tinha um amigo que ganhava R$10 mil. E, sim, ele era muito mais velho do que eu. Porém, era uma referência. Eu passei a conversar mais frequentemente com ele. Particularmente, passei a perguntar sobre o trabalho, sobre o que ele fazia, como ele fazia.
Eu me dediquei a conhecer outras pessoas que ganhavam R$10 mil por mês, a minha meta salarial. Com o tempo, eu fui me transformado e me tornei cada vez mais parecido com eles.
Quanto tempo levou isso? No meu caso, creio que foi muito rápido. Comecei a me sentir uma pessoa diferente em cerca de 2 a 3 meses.
Porém, a mudança de salário não foi tão rápida. Mas, eu senti algo extremamente importante: independentemente de quanto eu ganhava, eu já era rico.
Eu tinha uma mentalidade de uma pessoa mais rica do que alguém que ganhava R$5 mil. Eu agia de uma forma diferente. Eu vivia de uma forma diferente. Trabalhava de uma forma diferente. Com certeza, no longo prazo, isso me traria resultados melhores.
Cerca de 2 anos depois de formado, eu consegui atingir a minha meta de ganhar R$10 mil por mês. E também consegui viajar aos Estados Unidos. Passei 14 dias em lua de mel com a minha esposa em Orlando e Nova York, muito melhor do que o que planejamos.
Uma máxima do mundo dos negócios é que você é a média das 5 pessoas com quem mais anda. Portanto, se você se dedicar a conviver com 5 pessoas de sucesso, é provável que você tenha sucesso assim como elas.
Na verdade, essa é uma das razões, pelas quais escrevo essa newsletter. Eu desejo que meus leitores prosperem.
As Habilidades
No meu caso, eu percebi que aquela empresa em que eu trabalhava não seria mais suficiente para as minhas ambições. No fundo, todos os meus colegas já haviam percebido aquilo. Um grande amigo meu me disse: “Aqui é pouco para você, não é?” Curiosamente, aquele amigo era um dos mais velhos que eu conhecia naquela empresa e ele não ganhava R$10 mil porque ainda não havia chegado ao cargo.
Porém, um passo importante era que as outras pessoas, não somente as que me conhecessem, passassem a me perceber de uma maneira diferente. Em geral, as pessoas pensam que fazer cursos é o mais importante para melhorar seu currículo e, assim, obter uma colocação melhor no mercado de trabalho. Por isso, as turmas de MBA e mestrado costumam ficar lotadas de pessoas almejando a uma promoção.
Porém, a grande maioria dos graduandos em MBA e mestrado não conseguem o crescimento profissional almejado. Infelizmente, as faculdades brasileiras são muito teóricas e trazem poucos conhecimentos úteis para a vida profissional. A maior prova disso é que nem sempre os melhores alunos da sua turma de graduação foram necessariamente os mais bem remunerados.
Mais importante do que construir seu currículo com cursos é construir seu currículo com experiências profissionais relevantes. E essas experiências podem ser obtidas por conta própria de muitas formas.
Por exemplo, um dos meus colegas de trabalho, engenheiro, havia construído uma pequena fábrica de cerveja em sua casa. Com essa experiência, quando a empresa começou a trabalhar com robótica, ele foi um dos destacados. Assim, ele conseguiu uma promoção, já que havia se tornado um especialista no assunto antes mesmo de a empresa ter começado a trabalhar. Por favor, não me perguntem a relação entre cerveja e robótica. Até hoje eu nunca consegui entender.
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O Ser Humano
Muitas vezes, quando se deseja atingir um cargo maior, você não vai lidar mais com projetos ou com o produto da sua empresa, mas principalmente com a gestão de seres humanos.
Tome como exemplo Andrew Carnegie, um dos mais importantes industriais dos Estados Unidos no Século XIX. Carnegie era considerado o Rei do Aço. Porém, como ele próprio fazia questão de dizer, havia muitos engenheiros na sua empresa que entendiam mais de aço do que ele. Ele nunca precisou ser um especialista em aço para ser o Rei do Aço.
Carnegie era um especialista em pessoas. Se você souber gerenciar pessoas, você não precisa ser um grande entendedor de aço. Você simplesmente pode contratar alguém que entende de aço. Da mesma forma, você não precisa saber cozinhar para abrir ou administrar um restaurante. Basta contratar um bom chefe de cozinha.
Por isso, entender o ser humano e suas feições é um passo fundamental para a progressão na carreira. Eu gostaria de recomendar o livro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, um clássico de Dale Carnegie. Na verdade, eu recomendo todos os livros de Dale Carnegie, mas esse certamente é o melhor.
“Você ganha exatamente o que você merece por aquilo que você produz”
A primeira vez que eu li essa frase do bilionário Carlos Wizard Martins, eu me assustei. Na época, eu era universitário e tinha grandes sonhos, porém uma realidade sem dinheiro.
Porém, a verdade é que essa é uma frase bem complexa e que revela muito sobre o mundo. Por isso, eu vou resolvi explicá-la.
Toda pessoa tem um código de barras na testa
O modo mais simples de entender essa afirmação é imaginar que cada pessoa tem um código de barras na testa. Tudo o que empregador faz é oferecer uma proposta pela mão-de-obra de seu empregado.
Quando a proposta exceder o valor do código de barras, ela é aceita. Logo quando eu me formei, eu queria ganhar um alto salário. Porém, eu aceitei um salário de R$5 mil. Certamente, na minha testa, existia um código de barras com um valor próximo a esse.
Com o tempo, o meu código de barras mudou e eu passei a não aceitar algo inferior a R$10 mil. E mostrei isso. Em primeiro lugar, eu me preocupei em mostrar que eu valia, de fato, R$10 mil por mês. Mas, em segundo lugar, eu me preocupei em mostrar que não mais aceitaria trabalhar pelo meu salário antigo.
Essa regra também é válida para quem trabalha por menos de R$2 mil. A verdade é que ninguém precisa do seu emprego. As pessoas trabalham porque acreditam que é a melhor opção que possuem.
Se você tiver um código de barras na testa no valor de R$5 mil e ninguém te oferecer mais do que isso, você simplesmente pode trabalhar por conta própria. Nos dias de hoje, empreender se tornou muito mais fácil. No Geração de Valor, você encontrará grandes dicas sobre como aproveitar melhor seu potencial.
Seu salário não é o seu valor
Ao se deparar com essa frase, as pessoas tendem a rejeitá-la por acreditar que possuem um valor, que não pode ser mensurado pelo seu salário. Elas estão certas.
Porém, o fundador da Wizard incluiu uma restrição importante “o que você merece por aquilo que você faz”. Em geral, quando você ganha menos do que o que você gostaria é porque você está num trabalho que não utiliza suas melhores habilidades de forma mais adequada.
Muitas vezes, o seu empregador não vai conseguir aproveitar o máximo de seu potencial. Outras vezes, ele não tem interesse nisso. Por isso, se você quiser ganhar bem, esteja num trabalho em que você emprega o seu melhor.
É bastante triste ver o desperdício de talentos por trás da burocracia de grandes empresas.
Bônus: Como Ganhar 1 milhão por ano
Quando eu estudava, o sonho de muitos colegas meus era ganhar R$1 milhão por ano como consultor ou em bancos de investimento. Essas profissões geralmente envolvem cargas horárias superiores a 12 horas por dia, um longo tempo com um salário baixo e são extremamente competitivas. Mas o principal: eu não me sentia bem fazendo aquilo.
Como passar 12 horas por dia tentando prosperar num trabalho extremamente competitivo, se você não gosta do que faz? Por isso, eu cometi um dos maiores erros da minha vida: desisti do plano de ganhar R$1 milhão por ano. E talvez por isso tenha me contentado com um salário de R$5 mil por mês.
A verdade é que existem outras formas de ganhar R$1 milhão por ano – e agora eu tenho esse objetivo.
O dinheiro vem das outras pessoas. Tudo o que você precisa fazer é entregar algo de muito valor a elas para que elas estejam dispostas a lhe entregar seu dinheiro. Logo, você precisa trabalhar para muitas pessoas.
Sendo assim, é praticamente impossível ganhar tanto dinheiro sendo empregado de alguém. Quando você é empregado, tem um único patrão. Ele é o único que vai te entregar dinheiro. Para ganhar tanto dinheiro, você precisa ser um empreendedor.
Porém, quando se começa a empreender, você percebe que dinheiro não tem importância. Desde que a minha empresa começou a dar certo e arrecadar fundos, eu percebi que eu não dou mais tanto valor ao dinheiro.
Eu dou valor a pessoas que me mandam um e-mail às quatro horas da manhã dizendo que viram meus vídeos ou receberam minhas cartas e que eu as ajudei. Isso é o que me faz feliz.
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